quarta-feira, fevereiro 16, 2005

...

Estranhando o silêncio ?
Meu amor, você errou comigo.
Resolveu que sabia tudo o que eu tinha para dizer.
Que eu seria como todo o resto; brancas nuvens no teu caminho.
Eu escrevi minhas feridas, eu contei tantas mentiras.
Justifiquei cada silêncio com frases e biombos.
Ter te amado tão longamente não faz de mim eterno amante engaiolado.
Não há nada que sustente por muito tempo um jogo de cartas marcadas.
Você nua ao amanhecer, ah, eu quis que fosse até o final.
Ansiei por você mas você não estava realmente comigo.
Então querida, estou indo também.
Meu amor, você agora está sozinha.
A festa acabou, os comensais foram embora.
Amor da minha vida, não há ninguém em casa.
Nada mais pelo que esperar.

[Gil Brandão, cronópio primeiro e único, inexplicável]

5 comentários:

Anônimo disse...

Isso foi escrito pelo Gil?
Bem, realmente, é a cara dele. Aliás, ele escreve muito bem. Muito mesmo. Um grande talento.

Anônimo disse...

Uau!
Forte, denso, impuro...

Nora Borges disse...

Voltei.É peço frágeis desculpas pela demora. É que seu blog precisa da alma toda da gente e nem sempre a minha está inteira comigo.
Vou passear pelos seguintes posts como eles merecem.
Esse que li agora é maravilhoso. Sempre tenho vontade de copiar as coisas que leio aqui.
Um beijo.

maria. disse...

muito bom muito mesmo.

saudades de poder passar por aqui mais vezes.

http://peqena.weblogger.com.br

Anônimo disse...

Se não fosse uma despedida, eu diria que é perfeito.
Sou complicada assim mesmo.
Tenho dificuldade em terminar ciclos.
Beijos zodiacais...