Ocupação maravilhosa é ter quatro anos, parar diante de um espelho grande, desses de penteadeira antiga, e segurar um espelho de tamanho médio em uma das mãos. Depois descobrir como o ambiente, o quarto e você mesmo são engolfados em um universo que tende a se multiplicar, alheio a quaisquer forças em sentido contrário, e por aí começar a formar, não sem espanto, a consciência de que existe algo mais dentro de si do que poderia até então supor. Descobrir que viver é tão frio e infinito quanto o aço polido de qualquer espelho.
[Marpessa]
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